E.E. Prefeito Antônio Prátici
⋅⋅⋅ Roteiro de Estudos Semanal ⋅⋅⋅
Componente Curricular: Língua Portuguesa Ano: 3º ano Turmas: A e B
Atividade para ser realizada no período de 15 a 26 de março. Responder conforme instruções abaixo, após a atividade.
1 - Estratégias de leitura e produção de texto Fazer uma leitura da crônica “Brasileiro não gosta de ler?” - Lya Luft A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer. Não é a primeira vez que falo nesse
assunto, o da quantidade assustadora de analfabetos deste nosso Brasil. Não sei
bem a cifra oficial, e não acredito muito em cifras oficiais. Primeiro, precisa
ser esclarecida a questão do que é analfabetismo. E, para mim, alfabetizado não
é quem assina o nome, talvez embaixo de um documento, mas quem assina um
documento que conseguiu ler e... entender. A imensa maioria dos ditos meramente
alfabetizados não está nessa lista, portanto são analfabetos – um dado
melancólico para qualquer país civilizado. Nem sempre um povo leitor interessa
a um governo (falo de algum país ficcional), pois quem lê é informado, e vai
votar com relativa lucidez. Ler e escrever faz parte de ser gente. Sempre fui de muito ler, não por
virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o
leite. Lembro de minhas avós de livro na mão quando não estavam lidando na
casa. Minha cama de menina e mocinha era embutida em prateleiras. Criança
insone, meu conforto nas noites intermináveis era acender o abajur, estender a
mão, e ali estavam os meus amigos. Algumas vezes acordei minha mãe esquecendo a
hora e dando risadas com a boneca Emília, de Monteiro Lobato, meu ídolo em
criança: fazia mil artes e todo mundo achava graça. E a escola não conseguiu estragar
esse meu amor pelas histórias e pelas palavras. Digo isso com um pouco de
ironia, mas sem nenhuma depreciação ao excelente colégio onde estudei, quando
criança e adolescente, que muito me preparou para o mundo maior que eu
conheceria saindo de minha cidadezinha aos 18 anos. Falo da impropriedade, que
talvez exista até hoje (e que não era culpa das escolas, mas dos programas
educacionais), de fazer adolescentes ler os clássicos brasileiros, os
românticos, seja o que for, quando eles ainda nem têm o prazer da leitura.
Qualquer menino ou menina se assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vai achar
enfadonho, não vai entender, não vai se entusiasmar. Para mim esses programas
cometem um pecado básico e fatal, afastando da leitura estudantes ainda
imaturos. Como ler é um hábito raro entre
nós, e a meninada chega ao colégio achando livro uma coisa quase esquisita, e
leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode
ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro
crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e
Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Verissimo e outros tantos. Além disso,
cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida
afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou
poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica
ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for. O que é preciso é ler. Revista
serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão
esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais
poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso,
mais ligado. Mas para isso é preciso, primeiro, alfabetizar-se, e não só lá
pelo ensino médio, como ainda ocorre. Os primeiros anos são fundamentais não
apenas por serem os primeiros, mas por construírem a base do que seremos,
faremos e aprenderemos depois. Ali nasce a atitude em relação ao nosso lugar no
mundo, escolhas pessoais e profissionais, pela vida afora. Por isso, esses
primeiros anos, em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes,
fortes e eficientes (não perversamente severos). Já se faz um grande trabalho
de leitura em muitas escolas. Mas, naquelas em que com 9 ou 10 anos o aluno
ainda não usa com naturalidade a língua materna, pouco se pode esperar. E não
há como se queixar depois, com a eterna reclamação de que brasileiro não gosta
de ler: essa porta nem lhe foi aberta. REVISTA VEJA - Edição 2125 / 12 de
agosto de 2009. Após a leitura, reflitam sobre o que leram e responda o questionário abaixo e, ao mesmo tempo, registre por escrito as conclusões a que chegarem sobre cada questão, pois poderá utilizá-las depois. 1 – “ler e escrever faz parte de ser gente” (1º parágrafo); 2 – “Cada um deve descobrir o que
gosta de ler” (4º parágrafo); 3- “A escola não conseguiu estragar
esse meu amor pelas histórias e pelas palavras” (3º parágrafo); 4- “Por isso, esses primeiros anos,
em que se aprende a ler e a escrever, deviam ser estimulantes, firmes, fortes e
eficientes (não perversamente severos)” (5º parágrafo); 5- “Qualquer menino ou menina se
assusta ao ler Macedo, Alencar e outros: vão achar enfadonho, não vai se
entusiasmar”. (3º parágrafo). Leio a reportagem: Brasileiro gasta
apenas 5,2 horas por semana com leitura Pesquisa feita em 30 países coloca o Brasil em 27º lugar no ranking da leitura. Os brasileiros gastam em média apenas 5,2 horas por semana com a leitura, um dos índices mais baixos de uma lista de 30 países onde foi realizada pesquisa sobre hábitos das populações locais, promovida pelo NOP World Report Reports Worldwide, instituto que elabora rankigs sobre comportamentos do mercado mundial. Esse índice deixou o Brasil na 27ª
colocação entre os países pesquisados, à frente apenas de Taiwan, Japão e Coréia,
e atrás de Venezuela (com média de leitura de 6,4 horas por semana, ocupando a
14ª colocação da lista), Argentina (5,9 horas/semana e 18ª posição) e México
(5,5 horas/semana e 25ª posição). O país em que a população dedica mais horas à
leitura, segundo o estudo, é a Índia, com média de 10,7 horas por semana usadas
nesta atividade, mais que o dobro da marca brasileira. Por outro lado, o Brasil ocupa o
segundo lugar na audiência de rádio. Os brasileiros gastam em média 17,2 horas
por semana com este hábito, contra as 20,8 horas semanais dedicadas pelos
argentinos - líderes do ranking - à atividade. O hábito de assistir TV também dá
destaque aos brasileiros, que, neste quesito, ocupam a 8ª posição do ranking
entre os 30 países pesquisados, com 18,4 horas por semana dedicadas à
programação televisiva. A população que mais vê televisão, de acordo com o
estudo, é a tailandesa, com 22,4 horas semanais. A pesquisa do NOP World Report
Reports Worldwide foi realizada com mais de 30.000 pessoas de mais de 13 anos de
idade nos trinta países pesquisados. O estudo foi feito entre dezembro de 2004
e fevereiro de 2005. Disponível e acesso 30/04/2020 em: https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2005/06/050627_leiturams.shtml
ATIVIDADE AVALIATIVA Após a leitura da reportagem e com base nas reflexões (respostas) realizadas sobre o texto / crônica de Lya Luft você deve “Escrever um texto de opinião”: Considerando: A - A rotina de leitura dos
brasileiros em comparação com os outros povos mencionados na reportagem; B - Inferindo sobre possíveis
relações entre a rotina de leitura dos povos e suas culturas; C - Identificando os impactos dos
outros meios de comunicação sobre a prática de leitura dos brasileiros. Você deve se posicionar em relação à reportagem. (A leitura da reportagem deve ser precedida de uma discussão entre a relação hábitos
de leitura e cultura. Pesquise na Internet, ou outras fontes, sobre os países mencionados
na reportagem para que possa processar adequadamente as informações contidas no
texto). Atividades PODE SER publicada no CLASSROON (e-mail institucional). Códigos de acesso 3º ano A = Código da turma hon2ud4 3º ano B = Código da turma vyqmqxb Todas as atividades e outros conteúdos estão disponíveis no meu BLOG – disponível em: http://agmbastosatividades.blogspot.com/
Se quiser enviar também pelo e-maill: agnaldobastos@prof.educacao.sp.gov.br Assunto: Nome do aluno e série / ano. ou entregar nas aulas presenciais. |